quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Programas educacionais Linux

Kanagran



Neste jogo o aluno irá deparar-se com palavras escritas de forma que suas letras estão ambaralhadas forçando que o educando exercite o raciocínio para encaixar letras e fonemas de maneira correta.



Kgeography


Aqui a brincadeira se dá ao tentar adivinhar capitais e bandeiras de vários países e unidades territoriais intra-estatais no mundo inteiro. O programa possibilita uma navegação sobre os mapas para um pretérito estudo.
Este jogo, na verdade, trabalha com a memória geográfica no âmbito abstrato na medida em que o aluno precisará memorizar bandeiras e capitais, mas nada além disso.


Kstars


Neste programa consegue-se ter uma visualização dos mapas celestes de várias cidades do mundo.

Tux paint







quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Heliocentrismo, uma resenha do vídeo da TV Escola.


O vídeo trata de uma das grandes discussões já travadas pela humanidade: a centralidade do universo. Quem está no centro? A Terra ou Sol? Mais especificamente podemos verificar que o vídeo trata deste tema partindo da explicação histórica e técnica daquilo que chamamos de heliocentrismo, ou seja, a crença de que o astro estrela Sol está no centro do Universo.

O vídeo começa com o seu apresentador colocando o significado do termo helicentrismo e a sua etimologia que tem a sua origem na Grécia que, em cuja mitologia Helios representava o deus Sol. Porém, logo em seguida afirma que o que, de fato predominou como ideia dominante, até os tempos modernos da história mundial, foi o Geocentrismo, um conjunto de ideias que dariam suporte à crença de que a Terra era o centro de um Universo visto à época como bem menor do que aquilo que hoje sabemos que ele é. A origem do nome também faz uma recorrência à mitologia grega onde Gea significava Terra.
A favor do Geocentrismo existiria a lógica sensorial mais imediata: ver o céu, com seus astros todos, incluindo o Sol, em movimento ao redor de nós, parecia satisfazer toda a resposta. O modelo teoria mais bem acabado que dava suporte aos defensores do Geocentrismo fora desenvolvido pelo astrônomo e matemático grego do século II, Cláudio Ptolomeu (90-168).

O geocentrismo (Terra no centro do univeros), também era Geoestatismo (Terra parada) e considerava os planetas transladando ao redor da Terra em movimento uniformes e circulares. Então, pensava-se anteriormente que os planetas transladavam com velocidade constante e em órbitas circulares o que, sabemos que hoje isso não ocorre: a velocidade é variável e as órbitas possuem formas elípticas.
Utilizando-se de sua habilidade matemática Ptolomeu queria explicar em linguagem numérica fenômenos difíceis de ser compreendidos como o movimento de “laçadas” que certos planetas (Marte, por exemplo) descreviam no céu. Isto é: alguns planetas interrompiam sua evolução no céu ao mudarem de sentido (movimento retrógrado) para novamente retomar o sentido anterior.

Utilizou ele, então, 3 conceitos matemáticos mostrados no filme: epiciclos, deferente e equante. O epiciclo designa um círculo menor que, por sua vez, realizava um movimento circular em torno de um círculo maior, o deferente, cujo centro era a Terra. Estes dois movimentos combinados dão origem a uma curva particular: a epiciclóide (outro conceito matemático). Quanto ao equante, ao redor dele, e não do centro geométrico (centro de deferente), que giram os epiciclos.

A ideia heliocêntrica praticamente coexistia com a geocêntria, porém, não tinha o mesmo poder de convencimento. Somente após os trabalhos de Copérnico (1473-1543) é que o heliocentrismo começará a sua conquista sobre o geocentrismo até que, em finais do século XVI somente tal conquista se mostrou vigorosa e clara. Copérnico buscou resolver os problemas matemáticos do modelo geocêntrico com novas argumentações matemáticas simples simplesmente dando ao Sol atribuições paridas à que a Terra antes teria. Sendo assim, sem querer, disparou o gatilho de uma Revolução Científica. Porém, em seu modelo, o arcaico ainda prevalecia: movimentos uniformes, circulares com universo finito e estrelas em uma esfera fixa.

A consolidação do heliocentrismo viria mais tarde com Ticho Brahe (1546-1601), Galileu (1564 - 1642) e Kepler (1571-1630), porém, não sem a forte resistência do pensamento conservador que tinha à frente a Igreja Católica de Roma.

Hoje, a base das explicações científica do Universo, é a Teoria do Big Bang que, nega a existir apenas um centro para o Universo, mas sim vários, como já fora comprovado por meio de observações telescópica onde encontrou-se diversos outros “sistemas solares”. Tudo isso já era colocado de maneira idealista (sem comprovação material, científica) pelo teólogo dominicano Giordano Bruno (1548 - 1600) condenado à morte na fogueira pela Inquisição romana (Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício) por este flagrante heresia aos olhos da representante oficial da cristandade.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Questão 71 (UFRGS/2012)


Resposta: B

Esta questão trata das alterações sofridas pelo ciclo hidrológico por conta da urbanização.

Sabemos que o processo de urbanização na maioria dos países do mundo, ao retirar a cobertura vegetal e impermeabilizar o solo acaba por impedir o caminho natural das águas da chuva. Com mais concreto e asfalto, as águas da chuva ao invés de infiltrarem mais no solo e assim repor o nível do lençol freático, são obrigadas a escoar para as partes mais baixas das cidades. Assim, as águas das ruas e avenidas asfaltadas irão juntar-se com as águas de outras ruas e avenidas asfaltadas aumentando assim o volume de água que desce terreno abaixo em cada segundo (a chamada vazão). Neste caso, se o sistema de coleta de água de chuva das galerias pluviais subterrâneas não for eficiente, a água pode acumular e gerar enchentes.

Assim, a afirmação I está errada na medida em que o nível do lençol freático, ao invés de se manter estável, diminui. E a afirmação II está correta. Com menos vegetação e mais asfalto, a velocidade das águas bem como o seu escoamento é maior.






A evapotranspiração, citada na terceira afirmação, é um conceito fundamental na compreensão do ciclo hidrológico. Diz respeito a toda água que evapora na superfície terrestre (dos corpos d’água como rios, lagos, lagoas, lagunas, mares; do solo; contida na superfície das plantas; etc) somada a toda água transpirada pelas plantas.

Então, se em uma área urbana temos:
a.    Menos vegetação em comparação a uma área não urbanizada;
b.   Um maior ingresso de água nas galerias pluviais subterrâneas;

Logicamente que a transpiração será menor por haver menos vegetação e a evaporação também será menor já que a água, ao invés de ficar na superfície, sendo diretamente assediada pelos raios solares, ela estará em alguma galeria pluvial protegida da ação direta dos raios solares. Logo ela irá evaporar menos.  Então a afirmação III é falsa.


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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Questão 70 (UFRGS/2012)


Resposta: E

Esta questão trata de algumas das características do processo de urbanização brasileiro bem como determinadas conceituações gerais de urbanização como terceirização, região metropolitana e conurbação.

A resposta correta é a última. Uma cidade terciária é aquela que possui a sua economia fundamentalmente baseada no chamado setor terciário da economia, o setor de comércio e serviços.

Alternativa A: errada.
As RM’s de São Paulo e Rio de Janeiro têm o seu destino espacial cada vez mais atrelado. São muito fortes a conurbação e os fluxos existentes entre estas duas RM’s se dá pela BR-116, consagrada naquele trecho como Via Dutra. De acordo com alguns teóricos esta seria a megalópole brasileira (e não regional) que de acordo com determinados estudos pode ser formada por mais de 200 municípios dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e totalizando mais de 40 milhões de habitantes. Digo pode porque não existe suporte legal para a criação de uma megalópole. Ela é simplesmente um conceito utilizado por estudiosos. Suas características e dimensões irão depender dos critérios utilizados.




Alternativa B: errada.
Esta questão, além de testas os conhecimentos da urbanização nordestina e sua vocação econômica, também busca verificar se o aluno está por dentro da rede urbana brasileira.

Uma rede urbana é nada mais do que um conjunto de cidades (os nós da rede) e as suas influências mútuas (possibilitada pela infraestrutura material como os portos, aeroportos e estradas de rodagem e de ferro; bem como a infraestrutura imaterial através de infovias). Como no espaço capitalista existe sempre a concentração, algumas cidades possuem maior poder de influência nestas redes. Dai a existência de uma hierarquização da rede urbana. É quando surgem os conceitos de metrópoles, centros regionais, etc.

De acordo com o IBGE a hierarquia urbana da rede brasileira é a seguinte:

· Grande metrópole nacional: São Paulo (também chamada por muito de metrópole ou cidade global por manter uma intensa relação com outras cidades globais mundo afora).
·     Metrópoles nacionais: Rio de Janeiro e Brasília. Junto com São Paulo elas exercem influência sobre todo o território nacional. Nenhuma capital nordestina é considerada metrópole nacional.
· Metrópoles (também chamadas de metrópoles regionais): Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre. Apenas Fortaleza, Recife e Salvador figuram neste nível.
·       Então, existem 12 metrópoles que, de acordo com o IBGE comandam cada uma as suas redes urbanas. Em níveis menores dentro destas redes temos, em ordem de importância decrescente, capitais regionais, centros sub-regionais, centros de zona e centros locais.






Alternativa C: errada.
Verticalização refere-se ao processo de construção de prédios elevados nas cidades, o que acaba por gerar uma elevadíssima densidade demográfica em determinadas áreas das cidades e tende a criar problemas como o congestionamento das vias. Trata-se de um processo que deriva da intensa urbanização que, por sua vez, é derivada da concentração capitalista do espaço geográfico.






Alternativa D: errada.
Uma Região Metropolitana é uma região geográfica que nasce ao redor de uma grande cidade (em termos populacionais principalmente) que polariza o comando econômico até mesmo de regiões maiores que a própria RM: é dotada das sedes das principais empresas, lá estão os melhores hospitais, escolares, serviços, produtos culturais, etc. As cidades limítrofes e próximas que possuem uma intensa inter-relação com esta cidade polo compõem esta RM onde existem elevadas densidades demográficas. Entre elas, graças a uma rede de transportes forte ou razoável (linhas de trens, ônibus, barcas, etc), existem importantes fluxos constantes (de pessoas em processos migratórios pendulares, de mercadorias, de serviços) criando uma rede de relações mais intensas do que o normal caracterizando assim uma Região Metropolitana.




Na história da urbanização (fenômeno surgido juntamente com surgimento das sociedades mais complexas), a metropolização é muito recente. Ela surge na medida em que o capitalismo adquire maturidade com as revoluções industriais. Já vimos isso: o capitalismo tende sempre a concentrar e a metrópole é uma destas formas de concentração. No Brasil este fenômeno nascerá também com o amadurecimento do capitalismo brasileiro, isto é, na segunda metade do século XX quando ocorre o forte arranque industrial.

A formação de uma RM cria uma série de interesses comuns aos seus municípios constituintes fazendo com que, por exemplo, surjam órgãos de planejamento em comum. A Metroplan, na RM de Porto Alegre, é um exemplo. Foi esta RM a primeira a ser instituída no Brasil em 1968. A RM se São Paulo é a maior do Brasil e atualmente é a 5° maior do mundo com cerca de 20 milhões de habitantes.

Atualmente, pela Constituição Federal de 1988:

Art. 25, § 3o: “Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum” (BRASIL, 1988).

Então cabe às unidades da federação (os estado no caso brasileiro) criar as regiões do tipo região metropolitana, aglomeração urbana e microrregiões sem, no entanto, fornecer a caracterização destes tipos. Sendo assim, cada estado usa o critério que mais lhe convém para criar alguma RM. Resultado: hoje existem no Brasil mais de 30 RM's instituídas, muitas das quais sem atender a quesitos mínimos do que seria um consenso técnico/acadêmico sobre o que seria de fato uma RM.

A conurbação é a união física (fusão) das malhas urbanas de municípios vizinhos de forma que seja difícil distinguir o limite entre as cidades. Uma metrópole pode não ter todos os seus municípios conurbados, embora seja razoável entender que a conurbação seja, no mínimo, uma tendência, isto é, que se considerarmos um longo prazo ela irá acontecer.





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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Questão 69 (UFRGS/2012)


Resposta: D

Esta questão trata dos conhecimentos que o aluno possui sobre a evolução demográfica brasileira.

Sendo assim, a afirmação I é falsa, pois a população idosa não irá diminuir, ao contrário. Logo, a afirmação II é verdadeira. Por fim, a afirmação III está correta. Basta comparar os gráficos e veremos que de 1980 até 2050 a população com mais 80 anos teve que crescer mais vezes que aquela entre 50-54 anos.

Mas, para resolvermos esta questão devemos ter em mente que o Brasil é um país que está, de forma acelerada, concluindo a sua transição demográfica. Mas o que é transição demográfica? É um modelo que caracteriza por meio de 2 fases a evolução do crescimento populacional de um território (geralmente um país). Mas este modelo pode não abarcar todas as realidade existentes. Este modelo visa sobretudo dar conta de uma tipo de evolução demográfica daqueles países de experiência capitalista ocidental.

As populações ao redor do globo partem de um desenvolvimento ainda primitivo. A maior parte da população está organizada no campo e as condições materiais ainda são exíguas e isso se reflete em taxas de natalidade e de mortalidade elevadas. Resultado: um crescimento populacional baixo. A primeira fase da transição demográfica é aquela que altera onde existe uma elevação do crescimento populacional por conta de uma melhoria das condições de vida, fruto ou do processo de industrialização do país, que reduz as taxas de mortalidade. Aumenta o saneamento básico, são mais atuantes as políticas públicas de contenção e prevenção de doenças infectocontagiosas, etc. Mas as taxas de natalidade permanecem ainda elevadas. Os países centrais clássicos do capitalismo e aqueles países capitalistas de elevado desenvolvimento tiveram sua experiência nesta fase de forma lenta e com um contingente populacional menor. Já os países alguns semiperiféricos (com o Brasil, México e Argentina) e periféricos tiveram a sua transição iniciada na segunda metade do século XX, de forma acelerada e com um contingente populacional maior. Isso levou a alardes demográficos que rotularam esta fase de explosão demográfica. É justamente nesta fase que as teorias neomalthusianos (e a sua variante eco malthusiana) ganham força. Os neomalthusianos pregam o controle de natalidade como forma de diminuir o crescimento populacional dos países considerados subdesenvolvidos. Este elevado crescimento seria o responsável pela pobreza e gerados de instabilidades internacionais por conta de migração.

Aqui teremos uma população jovem muito numerosa por conta da elevada natalidade e uma população idosa ainda muito pequena por conta do ainda incipiente nível de desenvolvimento. Veja as pirâmides etárias do Brasil de 1950 e 1970. Eles mostram o Brasil na segunda fase da transição demográfica.




A segunda fase da transição passa ocorrer quando os países, na esteira de suas modernizações econômicas capitalistas, passam a tornarem-se predominantemente urbanos. Assim, o número de filhos que cada mulher em idade reprodutiva (entre 15 e 49 anos no Brasil) irá ter, isto é, a taxa de fecundidade, tenderá a cair. No campo existe uma necessidade mais braços para a lavoura familiar e o custo de vida é mais baixo. Na cidade não, para quase tudo precisa gastar: transporte, alimentos, roupas, diversão, etc. Nas cidades existe um maior acesso à informação e aos meios de prevenção de gravidez. Tudo isso faz com que as famílias façam um planejamento em relação aos filhos que podem ter. Além disso, as mulheres buscam maior independência: querem estudar e trabalhar. Assim passam a pensar em ter filhos cada vez mais tarde. Então, nesta fase agora quem irá cair são as taxas de natalidade. Este processo deslegitimou todo o discurso alarmista neomalthusiano.

O Brasil está concluindo (aceleradamente) a sua transição demográfica com taxas de fecundidade que chegam ao chamado nível de reposição: 2 filhos por mulher entre 15 e 49 anos. Com esta taxa a população tende a se estabilizar, pois se cada casal (2 pessoas) para a ter dois filhos (apenas 2 pessoas), eles estão apenas repondo a si mesmos.




Mas como nesta segunda fase o nível de vida geral passa a ser cada vez melhor, a expectativa de vida da população é cada vez maior. Assim, o contingente populacional de pessoas com mais de 60 anos (idosos) será cada vez maior. Isso gera preocupações do Estado com aposentadorias e atendimento médico a esta população.

Então veja a pirâmide demográfica do Brasil em 2000 quando está próximo de iniciar a finalização da segunda fase da transição demográfica. Uma base (população jovem) diminuindo percentualmente e uma população idosa elevando a sua participação. 





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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Questão 68 (UFRGS/2012)


Resposta: B

Esta questão mostra principalmente as diferenciações espaciais do Brasil no quesito desenvolvimento.

Primeiramente, nós já abordamos na primeira questão que desenvolvimento não se restringe à riqueza material de um determinado território administrativo (município, estado, país ou até mesmo regiões administrativas). Desenvolvimento depende sim da capacidade que esta riqueza tem em proporcionar uma vida digna, confortável e ambientalmente sustentável à população e ao ambiente em geral.

Em segundo lugar, precisamos ter em mente que o processo de evolução do capitalismo brasileiro gerou enormes disparidades regionais e intra-regionais. Sabemos que o desenvolvimento industrial concentrou-se fundamentalmente na região Sudeste, fundamentalmente no eixo Rio-São Paulo e arredores. Alguns pontos integrados da região Sul e a cidades litorâneas do Nordeste também possuem determinado nível de industrialização.

Sabemos que a região Nordeste, desde os tempos coloniais apresenta uma série de problemas sociais não resolvidos. A elevada concentração de renda, derivada dos baixos salários e da concentração de terras, tende a gerar enormes contingentes de pobreza e tudo que dela deriva: elevas taxas de mortalidade infantil, analfabetismo, etc. Não é à toa, por exemplo, que a maior incidência de famílias (em termos percentuais) que necessitam de programas emergenciais assistencialistas (como o Bolsa Família, por exemplo) está nos estados do Nordeste.




Então, o estado D é provavelmente da região Nordeste. E deve ser um estado de pequenas dimensões já que a população é de apenas 3 milhões de habitantes.

OBS: o fato de a sua população ser pequena não significa que o tamanho territorial do estado também é pequena. Mas como a região nordeste possui uma ocupação que remota ao século XVI ela possui elevadas densidades demográficas principalmente na sua região de faixa litorânea, o que nos faz crer que um estado que possui somente 3 milhões de habitantes tenha tamanho territorial reduzido.

Devemos também nos ater ao fato do número absoluto de população já que todos os demais estados apresentam os demais dados similares. O estado mais populoso do Brasil é São Paulo, com mais de 40 milhões de habitantes. O que nos faz crer que São Paulo é letra B. Logo, o estado nordestino da letra D só pode ser Alagoas. Então a letra da resposta final está entre B e D.

Resta saber então, se o estado da letra A é Minas ou Paraná. Pelo tamanho da população só pode ser um estado da região sudeste. O Paraná, assim como o Rio Grande do Sul, possui uma população ao redor de 10 milhões de habitantes. Então é Minas, o segundo maior estado em contingente populacional. É uma situação que se arrasta deste os tempos coloniais. É bom lembrar que na época da República do café-com-leite, a dobradinha política com São Paulo era feita com Minas Gerais, o estado mais populoso de então, o que, evidenciava o poderio do seu colégio eleitoral.


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sábado, 28 de janeiro de 2012

Questão 67 (UFRGS/2012)



Resposta: E

Esta questão pode ser realizada utilizando a lógica aliada a alguns conhecimentos básicos da geografia econômica brasileira.

Sabemos que o processo de modernização econômica do capitalismo brasileiro iniciado no século XIX e sustentado de forma robusta pela intervenção estatal na segunda metade do século XX foi excludente e concentrador. O capitalismo por si só é assim, mas o caso brasileiro acentuou demasiadamente estas características apesar de ter tornado o país um dos mais ricos do mundo.

A exclusão social é um fato tanto no campo como na cidade. Ela deriva do processo histórico brasileiro onde as elites mantiveram firmes os seus instrumentos de poder e dominação e optaram por concentrar a renda ao invés de distribuí-la. Sendo assim, a cidades se modernizaram com as indústrias pagando salários baixos; o campo de modernizou sem tornar o acesso à terra um direito efetivo ao não realizar a reforma agrária; a questão tributária também tem sido perversa na medida em que a maior parcela de impostos incide proporcionalmente sobre as pessoas mais pobres.

Mas nesta questão devemos nos ater mais àquelas características concentradoras do capitalismo brasileiro. Sabemos que a maior parte dos estabelecimentos industriais e agroindustriais estão concentrados nas regiões Sudeste em primeiro lugar, Sul e sul do Centro-Oeste configurando o que Milton Santos denomina de Região Concentrada.



Quanto aos assentamentos rurais podemos colocar que o mapa mostra o estado do Amazonas aquele onde é mais elevado o valor. Lá existe a predominância de uma floresta pluvial. Seria um tanto quanto inviável um número tão grande de assentamento lá, embora a maior parte dos assentamentos rurais no Brasil nos últimos 15 anos tenha se dado na região norte do Brasil.

O transporte área de carga não pode ser. Teria que se um mapa que representasse o fluxo (através de setas) de um estado ou região para outro estado ou região. Mesmo assim, o maior valor estaria dento da Região Concentrada.

Por exclusão, sobrou a letra E.

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Questão 66 (UFRGS/2012)


Resposta: A

Geada: a primeira lacuna.

1°) Geada, o que é? É um fenômeno da atmosfera que faz com que o vapor d’água, em condições térmicas abaixo de 0°C, solidifique em contato com alguma superfície (seja a folhagem de uma planta, a lataria ou os vidros de algum veículo, etc). A geada, assim como o orvalho, não é uma precipitação! Para que a temperatura chegue a um estágio negativo (abaixo de 0°C) é necessário que seja inverno e existam condições de céu limpo. Lembre-se que o céu nublado aumenta o poder do efeito estufa local. Essa condição pode ser satisfeita logo após a passagem de uma frente fria quando a massa de ar polar (mPa) empurrou a massa de ar tropical atlântica (mTa) para o norte.



2°) Aonde pode ocorrer geada no Brasil? Dadas as condições já colocadas, as regiões que podem ser afetadas pela geada são aqueles sob influência da mPa: a Região Sul principalmente e também o sul da Região Centro-oeste e a Região Sudeste. É ainda maior a chance de ocorrência de geadas nas áreas de maior altitude destas regiões.

3°) A geada e a agricultura. A geada afeta a produção agrícola gerando quebras de safra que, além de poder arruinar os agricultores, fazem o preço de determinado produto ter o seu preço inflacionado no mercado, justamente pela sua escassez. Um grande exemplo catastrófico foi a geada que atingiu o norte paranaense arruinando cafezais da região de Londrina e Maringá em 1975.

Seca: a segunda lacuna.

Na Região centro-oeste existe a predominância do clima tropical alternadamente seco (inverno) e úmido (verão) também chamado algumas vezes de clima tropical continental. Acompanhe na figura que segue com, no inverno, este clima pode apresentar um período seco. Isso está diretamente relacionado com a migração da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) que acompanha a "migração" do sol que no inverno está mais no hemisfério norte e no verão mais no hemisfério sul.





Inversão térmica: terceira lacuna.

4°) Inversão térmica, o que é? Trata-se de um fenômeno natural fruto de uma longa noite fria, condição satisfeita no inverno, principalmente após a passagem de uma frente fria. Como, durante a noite, a Terra somente perde radiação, ela irá esfriar e o ar frio, mais pesado, tenderá a se depositar próximo a superfície impedindo a circulação convectiva normal onde o ar aquecido (mais leve) sobe e ar resfriado (mais pesado) desce. Mas no caso da inversão térmica o ar resfriado já está por baixo e não há calor que possa lhe aquecer. Se não existir vento para misturar o ar, o que pode quebrar a camada de inversão térmica, esta irá se instalar.



5°) Aonde pode ocorrer a inversão térmica? Ocorre principalmente nos locais sob influência da massas de ar firas. Ao longo da manhã, com a incidência direta de insolação, a camada de inversão irá se dissipar e a circulação atmosférica normal tenderá a se estabelecer novamente. Porto Alegre já apresentou nevoeiro em alguns de seus bairros até um horário próximo ao meio-dia, fruto de uma inversão térmica prolongada no inverno. Até mesmo a cidade de Rondônia, na região Norte, apresentou a ocorrência de inversão térmica.

6°) A inversão térmica é poluente? Em regiões industrializadas e com elevado número de automóveis circulando pela manhã, onde o índice de poluição atmosférica é elevado, este efeito acaba por aprisionar a poluição junto às camadas mais inferior da troposfera. Um risco à saúde. Se a cidade for margeada por relevos montanhosos é pior: o ar poluído, além de aprisionado por cima também o fica pelas suas laterais. É o efeito tampão, comum na cidade de São Paulo. A inversão térmica em si é natural, ela apenas aprisiona os poluentes gerados pela sociedade.


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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Questão 65 (Ufrgs/2012)



Resposta: D


Esta questão trata da identificação de um perfil de relevo, de acordo com a classificação de Jurandyr Ross, partindo de um corte no território brasileiro na região nordeste.

A classificação de Ross possui 3 grandes divisões: duas delas, planaltos e depressões, são áreas de predominância de agentes erosivos; já as planícies são áreas onde predomina a acumulação (também chamada de deposição ou sedimentação).

Cada grande divisão está especificada por números conforme mostra o mapa. E a denominação destas unidades guarda íntima relação com nomes locais (rios, oceanos, regiões, etc).





Como o corte se dá na região nordeste, temos:


  • Em A, um terreno sedimentar entre duas áreas mais elevas que são dois planaltos. Sabemos que uma das características mais marcantes do relevo brasileiro é a existência de depressões entre dois planaltos. São depressões relativas, pois estão acima do nível dos mares. Como esta depressão está no interior do nordeste, onde está o sertão, só pode ser a depressão sertaneja (e do São Francisco);
  • Em B, um terreno cristalino, isto é, de rochas pré-cambrianas de composição granítica que configuram o planalto da Borborema que separa o sertão (de clima mais árido) e a zona da mata no litoral (clima úmido).
  • Em C, temos uma planície. As planícies brasileiras ocorrem ou no litoral ou ao longo dos rios. Nesta caso, trata-se das planícies e tabuleiros costeiros.



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Questão 64 (Ufrgs/2012)



Resposta: B

Para resolver esta questão devermos ter em mente algumas coisas:

  • A vegetação possui ampla relação com os fatores climáticos bem como aqueles ligados à geologia e a geomorfologia de uma área. Por exemplo: climas quentes e úmidos favorecem biomas florestais como a floresta amazônica; solos ácidos como os existentes no nordeste do Rio Grande do Sul, mesmo estando em local úmido, não são bons para a formação de florestas fazendo com que predominem dos campos (Campos de Cima da Serra neste caso específico).
  • O que significam as palas floresta, ombrófila, densa, mista, paludosa e manguezal? Vamos ver isso agora na correção.


1 – Floresta Ombrófila Densa: nenhuma das descrições. Mas vamos entender um pouco mais:

1°) Floresta, o que é? São ambientes biológicos com predominância de formas de vida arbóreas. As árvores são uma forma de vida vegetal lenhosa com alturas superiores a 20 metros. Plantas lenhosas são aquelas que possuem um tecido de madeira (que muitas vezes vira a popular lenha) para sustentar os seus caules. Mas nas florestas não existem apenas árvores, existem outras espécies de vegetais.




Outros grupos de espécies de vegetais são os arbustivos e herbáceos, Veja o quadro comparativo e simplificado da Revista Brasil Escola:


2°) Floresta Ombrófila, o que é? É uma floresta adaptada aos ambientes que apresenta climas úmidos. Então ombrófila significa, em grego, "amigo da chuva". Antes se utilizava a expressão floresta pluvial, um termo de origem latina, que remete a precipitação na forma de chuva. Vejamos a correspondência das áreas de elevada precipitação no Brasil e os biomas brasileiros com florestas ombrófilas:



3°) Floresta Ombrófila Densa, o que é? É uma floresta ombrófila que apresenta uma elevada densidade de espécies vegetais por unidade de área sendo as espécies florestais aquelas mais importantes e visíveis.
Tal ambiente somente poderá existir em climas úmidos (com no máximo 60 dias secos em todo o ano) e de temperatura elevadas (médias anuais ao redor de 25°C ou mais). Sob estas condições é possível a formação de ambientes florestais de elevada biomassa e biodiversidade como de fato são as florestas amazônica e a de mata atlântica no Brasil. As árvores podem chegar à atingir 60 metros.




Estes ambientes florestais são caracterizados por seres latifólios perenifólios. O fato de ser latifólia significa que ela possui folhas grandes (do latim latus = grande, largo) para que a planta possa liberar as grandes quantidades de água que ela ingeriu de maneira mais eficaz e isso ela faz pela folha. Caso o clima fosse árido a tendência é que as folhas sejam transformadas em agulhas (acicufolias) para reduzir ao máximo a transpiração e, consequentemente, reter a água adquirida no curtíssimo período de chuvas. Já o fato de a folha latifólia ser perene significa que ela se mantém na árvore verdejante, sem cair, durante todo o ano, por vários anos. Se o contrário fosse, não seria perenifólia e sim decidual (também chamada de caduca ou caducifólia), onde durante os períodos secos as árvores, para reter a umidade adquirida, ao invés de manter as suas folhas (o que iria gerar perda de umidade por transpiração), livram-se delas. Logo, as suas folhas descem ao chão ou caem.

OBS: quando estudamos os principais biomas brasileiros, a mata atlântica é considerada um dos seus biomas, mas no seu sentido abrangente (latu sensu). Sendo assim, praticamente todas as espécies florestais ombrófilas (densas, mistas ou abertas) e outras formas vegetais não florestais que habitam a costa do Brasil, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, são incluídas no bioma mata atlântica. Mas, no sentido estrito do termo (strictu sensu), mata atlântica mesmo é somente a floresta ombrófila densa. Então, de acordo com Decreto Lei 750/93, o Domínio da Mata Atlântica, é definido como:

"O espaço que contém aspectos fitogeográficos e botânicos que tenham influência das condições climatológicas peculiares do mar (Joly/70) incluindo as áreas associadas delimitadas segundo o Mapa de Vegetação do Brasil (IBGE,1993) que inclui as Florestas Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual, manguezais, restingas e campos de altitude associados, brejos interioranos e encraves florestais da Região Nordeste". (in: http://www.rbma.org.br/anuario/mata_02_dma.asp)



Se quem fornece as condições climáticas para a existência da mata atlântica é o mar, a grande fonte de umidade para este bioma e por onde corre a corrente marítima superficial quente do Brasil, logo sabemos que a mata atlântica só pode ter condições de existência quando os atuais continentes da América do Sul e África, no contexto de fragmentação do Pangea, iniciaram a separação.

2 – Floresta Ombrófila Mista: a segunda descrição.

4°) Floresta Ombrófila Mista, o que é? Trata-se de uma floresta onde, no Brasil, predomina a Araucária angustifólia, mais conhecida como pinheiro-do-paraná por ser endêmica da região sul do Brasil. É comum que seja chamada também de mata de pinhais. Faz parte do bioma mata atlântica latu sensu.
A araucária está classificada, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), como estando em Perigo Crítico de Extinção por conta de sua intensa devastação quando do início do processo de colonização ítalo-germânica no sul do Brasil e a posterior disseminação dos descentes destes colonos pela região.

O núcleo de existência desta espécie situa-se entre 500 e 1500 metros de altitude em solos férteis dos planaltos e chapadas da bacia do Paraná (ou planalto meridional), região geomorfológica dos derrames fissurais basálticos à cerca de 140 M.a. O próprio nome da capital do estado do Paraná, Curitiba, faz menção ás araucária já que a palavra  curi, em tupi, guarda o seu significado ligado à palavra árvore. Mas também existem refúgios desta espécie nas Serras do Mar e Mantiqueira.




Esta região é caracterizada climaticamente pela predominância do clima subtropical (classificação de Strahler) ou Cfb (classificação de Köppen) que apresente médias pluviométricas consideráveis e bem distribuídas por conta das constantes passagens de massas de ar tropicais e polares formando as frentes. Por este motivo o nome Floresta Pluvial de Araucária também é usual.

A araucária é acicufolia e perene (conceitos já citados no texto). Além disso, não suporta ficar excluída da luz direta do sol pelo sombreamento, ou seja, é heliófita (do grego hélio = sol); e, a julgar pela sua copa na forma de candelabro adquirida após a juventude que facilita a dispersão do pólen pelo vento quando da etapa de reprodução, é anemófila (do grego anemos = vento).

Outra coisa muito conhecida dos sulinos e que está presente em sua culinária é o pinhão, que biologicamente é a semente desta espécie de gimnoesperma (do grego Gymnos = nu; e sperma = semente), quer dizer, sementes são ficam encerradas em frutos.

Mas estas coníferas (assim chamadas por possuírem a forma de cone quando jovens) ao contrário daquelas existentes na Europa e no Canadá, não possuem uma ocorrência tão homogênea. Ao contrário: ocorrem muitas vezes em meio as vegetações de campos onde muitas vezes presente está a Ilex paraguarienses (árvore cuja folha origina a erva do nosso chimarrão). E mesmo dentro destas florestas, onde parece ocorrer apenas a espécie angustifólia (que são a maiores), por debaixo de suas copas outras espécies menores estão presentes.





E, para descontrair, uma musiquinha:



3 – Floresta Paludosa: primeira descrição.

5°) Floresta Paludosa, o que é? É uma floresta aberta de árvores mais baixas (em média 8-10 metros) e uma área inundada, de circulação lenta, com elevado contingente de matéria-orgânica. Também é camada de mata de breho





4 – Manguezal: terceira descrição.

6°) Manguezal, o que? Os manguezais são ecossistemas de elevada complexidade típicos de regiões tropicais que estão em áreas costeiras sob feições geográficas onde existe sob a mútua influência das águas continentais e das águas salgados do mar (desembocadura de rios, baías, enseadas). Por isso os vegetais dos mangues são considerados halófitos, isto é, adaptados a salinidade da água marinha que chega com as marés. Nestas áreas formam-se solos salgados, com muito lodo e nutrientes, porém pobre em oxigênio, mas que atrai peixes e o caranguejo.





Bibliografia:

SONEGO, Rubia Cristina; BACKES, Albano e SOUZA, Alexandre F. Descrição da estrutura de uma Floresta Ombrófila Mista, RS, Brasil, utilizando estimadores não-paramétricos de riqueza e rarefação de amostras. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abb/v21n4/a19v21n4.pdf.
http://www.rbma.org.br/default_02.asp


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