quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
sábado, 14 de dezembro de 2013
Moradias em áreas de risco:
várzeas de rios e encostas íngremes.
Este texto é originário de um
projeto educacional desenvolvido em 2011com a minha turma de regência na Escola
Municipal Emílio Leichtveis (município de Taquara). Os alunos àquela época
estavam na sexta série (atual 7° ano). Espero que gostem.
1. Um nível de abordagem mais próximo do ensino fundamental
Durante a construção deste pequeno projeto desenvolvido com
os alunos partimos de um processo pedagógico que foi desde a construção das maquetes até a compreensão
dos principais conceitos envolvidos naquele processo todo.
Em um primeiro momento buscamos compreender o porque das moradias em várzeas de rios e encostas íngremes não são uma
boa alternativa ainda mais se houver a prática do desmatamento. Assim, abriu-se
a possibilidade de construirmos o conhecimento acerca dos processos
desencadeados pelo desmatamento: erosão, assoreamento, deslizamento
de terras, etc.
No segundo momento foi
questionado o motivo pelo qual as pessoas ali instalarem suas moradias. Surpresa! (?) Já havia
nos alunos a ideia de que tal atitude consistia não em uma simples escolha esvaziada de determinantes sociais como a questão da renda. Não! Existia a consciência de que a grande maioria das pessoas ali habita justamente por não terem condições suficientes de morar em bairros bem localizados.
Então, no terceiro momento,
montamos um simples fluxograma que recriou o processo histórico que originou o foco deste
trabalho: a modernização da economia brasileira que, mesmo ao penetrar no campo
foi excludente, contribuiu para gerar um imenso fluxo campo-cidade (êxodo rural)
ao desempregar pessoas no campo e aumentar a concentração da propriedade da
terra. Tanta gente sem recursos viu-se obrigada a ocupar áreas impróprias, o que não ocorreu sem levar em conta a questão do preço da terra nos meios urbanos.
2. Buscando agora um nível mais
elevado de compreensão desta realidade.
2.1. Uma introdução
importante.
É muito comum
observáramos na mídia em geral verdadeira tragédias envolvendo famílias, na
esmagadora maioria dos casos, pobres, e tem suas casas e pertencem total ou
parcialmente destruídos por conta de desastres que envolvem processos da
natureza. Pois bem. Ai segue uma novidade que muitas pessoas não se dão contam:
tais eventos trágicos não meramente “culpa” da natureza ou, como diz outro
tanto de pessoas, culpa de quem se expõe a tais ambientes em risco habitando
várzeas de rios ou encostas íngremes de morros, por exemplo, como é o foco
deste trabalho.
A questão é
muito mais ampla. Ela permite, ao buscar as raízes dos fatos que se
desencadeiam, que façamos uma busca histórica da criação do Brasil moderno. A
modernização econômica do espaço geográfica brasileiro deu-se de forma intensa
e potencializando as contradições típicas do capitalismo ao extremo. Nosso país
de industrializou de forma robusta no século XX mantendo a miséria e a pobreza
das classes que trabalham. Tal modernização espalhou-se por ilhas de
prosperidade rural enquanto um oceano de arcaísmo se manteve. Em meio à isso
tudo se fez consequente um êxodo rural gigantesco que combinado à especulação
do solo urbano relegou milhares de migrantes à ocupações de áreas impróprias
para uma moradia digna. E o motivo, neste caso foi apenas um: não tinham
condições monetárias para pagar aluguéis em boas áreas residenciais ou então
adquirir suas casas próprias. Restou-lhe, entre outras localidades, áreas de
risco como várzeas de rios e encostas íngremes. Isto é, estamos aqui tratando
de fenômenos naturais si, mas combinados com a intransigência dos processos
históricos de expropriação típicos do capitalismo brasileiro. Ninguém que
esteja no pleno gozo de suas faculdades mentais e materiais (dinheiro)
habitaria uma área de risco a menos que isso lhe seja imposto historicamente. É
isso que precisamos ressaltar: opções históricas de como o Brasil iria se
modernizar tomadas a décadas geram impactos no futuro.
2.2. Os processos
naturais de indução antrópica nas áreas de risco.
A primeira
questão a ser respondida é como se dá em determinada área os processos denominados
morfogenéticos, isto é, os processos que geram destruição/(re)modelagem das
formas de relevo. Sendo assim devemos
levar em conta:
(a) As características dos grandes tipos climáticos
que, obviamente à exceção do clima tropical semi-árido, são pródigos em
precipitação pluvial. Isso torna ainda mais ofensivo o potencial erosivo dos
rios (erosão fluvial) e da chuva (erosão pluvial).
(b) Além disso, as formas de relevo existentes no
Brasil. Sabemos que o Brasil é um país onde predominam planaltos e depressões.
Sendo assim, encostas íngremes são muito comuns e quanto maior a inclinação da
encosta, maior será o potencial erosivo. Porém, temos muitas pessoas morando em
planícies fluviais nas margens dos rios, nas várzeas. E, se levarmos em conta
que temos climas chuvosos, tais margens são periodicamente alagadas (por isso
são denominadas várzeas).
(c) Outra questão importante de ordem natural são as
características de rocha e solo da área. Determinados tipos de solos irão ter
condições distintas de permeabilidade, coesão e plastibilidade. Isso tudo
influi no potencial erosivo.
Porém, tais
processos podem ser induzidos por ações antrópicas, ou seja, ações humanas. Mesmo
porque tais áreas são ditas de risco justamente pelo fato de representarem
riscos à integridade física do homem e de seus artefatos territoriais (habitação,
principalmente). No caso deste trabalho a principal ação humana que temos que
levar em conta é o desmatamento. A vegetação oferece uma importante resistência
à erosão na medida em que ela:
(a) Torna as partículas do solo mais agregado
através de suas raízes;
(b) Aumenta a infiltração de água (componente
perpendicular) no solo ao invés de permitir que grande parte da água da chuva
escoe pela encosta dos morros (o que seria o componente paralelo, ou seja,
paralelo à vertente), seja de forma laminar, concentrada ou então difusa.
(c) A menor quantidade de água de escoamento que
temos com a vegetação possui justamente por causa desta uma velocidade muito
inferior, pois a cada centímetro que percorre as raízes barram esta água assim
como a serapilheira (galhos e folhas caídas ao solo e demais corpos orgânicos
mortos).
(d) Impede que efeito splash tenha maior
abrangência. Tal efeito designa a ação desagregadora que uma gota de chuva gera
sobre o solo. O efeito splash é o grande facilitador do trabalho da erosão
pluvial quando a água da chuva começa a escoar.
Nas áreas de
risco alvo do nosso trabalho nós temos o desmatamento como sendo a principal
ação desencadeadora de processos que irão culminar em desastres. Vejamos:
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Programas educacionais Linux
Kanagran
Neste jogo o aluno irá deparar-se com palavras escritas de forma que suas letras estão ambaralhadas forçando que o educando exercite o raciocínio para encaixar letras e fonemas de maneira correta.
Kgeography
Aqui a brincadeira se dá ao tentar adivinhar capitais e bandeiras de vários países e unidades territoriais intra-estatais no mundo inteiro. O programa possibilita uma navegação sobre os mapas para um pretérito estudo.
Este jogo, na verdade, trabalha com a memória geográfica no âmbito abstrato na medida em que o aluno precisará memorizar bandeiras e capitais, mas nada além disso.
Kstars
Neste programa consegue-se ter uma visualização dos mapas celestes de várias cidades do mundo.
Tux paint
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Heliocentrismo, uma resenha do vídeo da TV Escola.
O vídeo trata
de uma das grandes discussões já travadas pela humanidade: a centralidade do
universo. Quem está no centro? A Terra ou Sol? Mais especificamente podemos
verificar que o vídeo trata deste tema partindo da explicação histórica e
técnica daquilo que chamamos de heliocentrismo, ou seja, a crença de que o
astro estrela Sol está no centro do Universo.
O vídeo começa
com o seu apresentador colocando o significado do termo helicentrismo e a sua
etimologia que tem a sua origem na Grécia que, em cuja mitologia Helios representava o deus Sol. Porém,
logo em seguida afirma que o que, de fato predominou como ideia dominante, até
os tempos modernos da história mundial, foi o Geocentrismo, um conjunto de
ideias que dariam suporte à crença de que a Terra era o centro de um Universo
visto à época como bem menor do que aquilo que hoje sabemos que ele é. A origem
do nome também faz uma recorrência à mitologia grega onde Gea significava
Terra.
A favor do
Geocentrismo existiria a lógica sensorial mais imediata: ver o céu, com seus
astros todos, incluindo o Sol, em movimento ao redor de nós, parecia satisfazer
toda a resposta. O modelo teoria mais bem acabado que dava suporte aos
defensores do Geocentrismo fora desenvolvido pelo astrônomo e matemático grego do
século II, Cláudio Ptolomeu (90-168).
O geocentrismo
(Terra no centro do univeros), também era Geoestatismo (Terra parada) e
considerava os planetas transladando ao redor da Terra em movimento uniformes e
circulares. Então, pensava-se anteriormente que os planetas transladavam com
velocidade constante e em órbitas circulares o que, sabemos que hoje isso não
ocorre: a velocidade é variável e as órbitas possuem formas elípticas.
Utilizando-se
de sua habilidade matemática Ptolomeu queria explicar em linguagem numérica
fenômenos difíceis de ser compreendidos como o movimento de “laçadas” que
certos planetas (Marte, por exemplo) descreviam no céu. Isto é: alguns planetas
interrompiam sua evolução no céu ao mudarem de sentido (movimento retrógrado) para
novamente retomar o sentido anterior.
Utilizou ele,
então, 3 conceitos matemáticos mostrados no filme: epiciclos, deferente e equante. O epiciclo designa um círculo menor que,
por sua vez, realizava um movimento circular em torno de um círculo maior, o deferente,
cujo centro era a Terra. Estes dois movimentos combinados dão origem a uma
curva particular: a epiciclóide (outro conceito matemático). Quanto ao equante,
ao redor dele, e não do centro geométrico (centro de deferente), que giram os
epiciclos.
A ideia heliocêntrica praticamente coexistia
com a geocêntria, porém, não tinha o mesmo poder de convencimento. Somente após
os trabalhos de Copérnico (1473-1543) é que o heliocentrismo começará a sua
conquista sobre o geocentrismo até que, em finais do século XVI somente tal
conquista se mostrou vigorosa e clara. Copérnico buscou resolver os problemas
matemáticos do modelo geocêntrico com novas argumentações matemáticas simples simplesmente
dando ao Sol atribuições paridas à que a Terra antes teria. Sendo assim, sem
querer, disparou o gatilho de uma Revolução Científica. Porém, em seu modelo, o
arcaico ainda prevalecia: movimentos uniformes, circulares com universo finito
e estrelas em uma esfera fixa.
A consolidação do heliocentrismo viria mais
tarde com Ticho Brahe (1546-1601), Galileu (1564 - 1642) e Kepler (1571-1630),
porém, não sem a forte resistência do pensamento conservador que tinha à frente
a Igreja Católica de Roma.
Hoje, a base das explicações científica do
Universo, é a Teoria do Big Bang que, nega a existir apenas um centro para o
Universo, mas sim vários, como já fora comprovado por meio de observações
telescópica onde encontrou-se diversos outros “sistemas solares”. Tudo isso já
era colocado de maneira idealista (sem comprovação material, científica) pelo
teólogo dominicano Giordano Bruno (1548 - 1600) condenado à morte na fogueira
pela Inquisição romana (Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do
Santo Ofício) por este flagrante heresia aos olhos da representante oficial da
cristandade.
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Questão 71 (UFRGS/2012)
Resposta: B
Esta questão trata das alterações sofridas pelo ciclo hidrológico por conta da urbanização.
Sabemos que o processo de urbanização na maioria dos países do mundo, ao retirar a cobertura vegetal e impermeabilizar o solo acaba por impedir o caminho natural das águas da chuva. Com mais concreto e asfalto, as águas da chuva ao invés de infiltrarem mais no solo e assim repor o nível do lençol freático, são obrigadas a escoar para as partes mais baixas das cidades. Assim, as águas das ruas e avenidas asfaltadas irão juntar-se com as águas de outras ruas e avenidas asfaltadas aumentando assim o volume de água que desce terreno abaixo em cada segundo (a chamada vazão). Neste caso, se o sistema de coleta de água de chuva das galerias pluviais subterrâneas não for eficiente, a água pode acumular e gerar enchentes.
Assim, a afirmação I está errada na medida em que o nível do lençol freático, ao invés de se manter estável, diminui. E a afirmação II está correta. Com menos vegetação e mais asfalto, a velocidade das águas bem como o seu escoamento é maior.
A evapotranspiração, citada na terceira afirmação, é um conceito fundamental na compreensão do ciclo hidrológico. Diz respeito a toda água que evapora na superfície terrestre (dos corpos d’água como rios, lagos, lagoas, lagunas, mares; do solo; contida na superfície das plantas; etc) somada a toda água transpirada pelas plantas.
Então, se em uma área urbana temos:
a. Menos vegetação em comparação a uma área não urbanizada;
b. Um maior ingresso de água nas galerias pluviais subterrâneas;
Logicamente que a transpiração será menor por haver menos vegetação e a evaporação também será menor já que a água, ao invés de ficar na superfície, sendo diretamente assediada pelos raios solares, ela estará em alguma galeria pluvial protegida da ação direta dos raios solares. Logo ela irá evaporar menos. Então a afirmação III é falsa.
Dúvidas? Críticas? Sugestões? Deixe um comentário.
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